"Coerente com o conjunto da minha produção, a Piscina funciona como uma espécie de gatilho ficcional, uma imagem 'tridimensionalizada' que abre instâncias projetivas mas que, a todo momento, recupera sua realidade material de modo a fazer a leitura da situação oscilar, ativando a experiência.
Tal oscilação indica a impossibilidade daquilo que se apresenta como obra atuar afirmativamente. A instabilidade da sua própria condição está constantemente em jogo.
Eu diria que esse é um dos principais modos que os trabalhos têm de estabelecer relações com o mundo: aparecer sempre com certo desconforto, ligeiramente desencaixados daquilo que parecem comunicar. É essa 'tensão crítica' que, ao cabo, relativiza contextos, situações e também o próprio trabalho.
A Piscina, por exemplo, foi desenvolvida para ocupar um novo galpão de uma galeria em Curitiba, a Ybakatú. Esse novo galpão era todo branco, com iluminação zenital, dois banheiros e uma grande janela de vidro na fachada, de onde se via completamente seu interior. Colocada ali dentro, a Piscina dominava o espaço, sugerindo ser ela o motivo daquela construção. Assim, a intenção de neutralidade do espaço tipo 'cubo branco' se alinhava à ficção sugerida pela Piscina, amparando-a ao mesmo tempo em que se revelava.
A exemplo do que acontece ali, o uso recorrente das imagens esquemáticas ou genéricas de coisas do mundo é instrumento de construção desse estado incerto no meu trabalho. A aplicação ou combinação de variados elementos desse repertório em sistemas instáveis, distintos de um teor objetivo, confunde sua leitura. A lógica que une o tapete à piscina – ambos vistos como planos no solo – parece justificar o objeto, muito embora não assegure sua condição material. O trabalho devolve ao público, sempre, uma negação."
João Loureiro em depoimento à PLATAFORMA:VB (outubro 2013)
ACHO QUE ESSA IDEIA E GENIAL ALEM DE INCENTIVAR JOVENS A PRATICAR O ESPORTE