"Queríamos produzir uma obra que seguisse a tradição dos diários ou anotações cotidianas. Enquanto desenvolvíamos este trabalho, revimos filmes relacionados a essa tradição narrativa – incluindo autores como Jonas Mekas, David Perlov, Stan Brakhage — até que encontramos nossa própria maneira de construir uma história, entre o realismo doméstico e o estilo kitsch.
Este trabalho aborda o tema da ‘comunicação-por-meio-de-dispositivos’. Nós desenvolvemos um documentário baseado em cenas da vida íntima, usando gravações usadas na telecomunicação, Skype e vídeos gravados em aparelhos domésticos, como celulares e tablets.
A obra é essencialmente o resultado de diálogos telemáticos, nos quais a distância e as diferenças culturais entre os personagens que interpretamos tiveram um papel central. Para focar a narrativa em um contexto neutro, editamos o vídeo a fim de ocultar deliberadamente todas as referências históricas.
A matéria prima para este trabalho reúne a banalidade e a patologia da vida cotidiana, por vezes escrita com sobretons poéticos kitsch. A obra dá prosseguimento a nossas ideias anteriores de explorar e vasculhar a privacidade dos personagens, expondo seus interiores e revelando aspectos geralmente ocultos sob comportamentos sociais."
Iván Marino e Aya Eliav em depoimento à PLATAFORMA:VB (outubro 2013)