CONTE ISSO ÀQUELES QUE DIZEM QUE FOMOS DERROTADOS

2018
Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cris Araújo e Pedro Maia de Brito e MLB (Movimento de luta nos bairros, vilas e favelas)
publicado em 25.09.2019
última atualização 01.10.2019

Nossas relações com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, o MLB, surgem organicamente a partir de 2013, por meio da militância e da colaboração constante e crescente por parte dos artistas que integram a equipe criativa e técnica desta obra. A tônica de tais relações reside na crença em suas pautas e...


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Nossas relações com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, o MLB, surgem organicamente a partir de 2013, por meio da militância e da colaboração constante e crescente por parte dos artistas que integram a equipe criativa e técnica desta obra. A tônica de tais relações reside na crença em suas pautas e ações, que têm não apenas a moradia digna e a reforma urbana como objetivos centrais de sua luta, mas também a revolução socialista e, consequentemente, a criação de um outro imaginário coletivo popular.

O filme Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados, exibido na 21ª Bienal, é fruto de um processo de organização e formação que tem em sua natureza a excelência instrumental das palavras. Porém, aqui tratamos de um outro momento desse processo, onde o acamadamento sonoro, fruto das ações corporais concretas, leva-nos, através do não visto, a uma maior compreensão, pela via sensorial, da coisa em questão: é a troca do sentido pelo sentir como caminho aos corações e mentes. Para tanto, debruçamo-nos por cerca de seis semanas sobre o arquivo do MLB a fim de melhor entender as potências estéticas latentes daquela amálgama heterogênea de imagens e sons. A partir de algumas regras impostas ao jogo do arquivo, pudemos identificar primeiro a limitação do material que comporia o filme para, então, moldá-lo como ideia e gesto.

Buscamos aqui encampar um conjunto de proposições a respeito da arte e da política, esculpindo tempo e espaço para falar sobre linguagem e ação, estética e tática. Expandimos a materialidade territorial por meio dos sons e imagens, de maneira que pudéssemos agenciar diferentes corpos-espectadores à circunscrição de uma prática política em um tempo específico dos processos das lutas populares. É um gesto de aproximação – e ruptura dessa aproximação – que entende a experiência estética como presença, para que seja sentida nas entranhas, provocando as potencialidades sensoriais do corpo para a reflexão e a tomada de consciência, produzindo subjetividades ao alargar o escopo do imaginário das ações políticas; porém, entendendo-se como “apenas” um filme e que, portanto, seu papel é o de instigar, promover e chamar para a luta: um conclame!


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Dados técnicos

2018 | Vídeo, 20’40’’

Ações VB
21ª Bienal
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