IMAGENS DE MAKWATCHA

2014
Mônica Nador
publicado em 25.09.2019
última atualização 01.10.2019

É a conjunção entre investigação artística, educação visual e colaboração que fundamenta o que convencionei chamar “autoria compartilhada”. Esse modo surge da minha preocupação inicial em alcançar pessoas sistematicamente afastadas dos circuitos de arte contemporânea. O convite se...


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É a conjunção entre investigação artística, educação visual e colaboração que fundamenta o que convencionei chamar “autoria compartilhada”. Esse modo surge da minha preocupação inicial em alcançar pessoas sistematicamente afastadas dos circuitos de arte contemporânea. O convite se dá pela participação com desenhos (quaisquer) para que, conjuntamente, por meio de instrumentos formais da visualidade, construamos uma peça de arte, digamos, profissional, a partir da técnica do estêncil, que é então aplicado nas superfícies.

Em 2015, participei da Bienal de Lubumbashi, no Congo. Em meu último dia no país, Sammy Baloji, um dos fundadores do Picha, associação que surge para construir a Bienal, me levou a Makwatcha, uma aldeia de agricultores onde as mulheres pintam as casas com as mãos, desenhando nas paredes objetos e situações de seu cotidiano. Georges Senga, fotógrafo participante da Bienal em 2015 e também membro do Picha, já tinha essa série de imagens das paredes de Makwatcha, que usei para construir as estampas agora apresentadas na 21ª Bienal. A ideia é implantarmos este método de autoria compartilhada na aldeia para que a própria comunidade consiga utilizar o método para geração de renda – isto é, a partir de suas próprias bases culturais.

Esse tipo de movimento, em que acontece essa troca com diversos agentes e com a população, é bem comum para nós no JAMAC. Neste momento estou em Oslo, participando da OsloBiennalen com o projeto Uma Outra Gramática para Oslo, em colaboração com Bruno Oliveira, que também faz parte do JAMAC. Em 2019 fizemos parte da exposição Somos Muitos, na Pinacoteca, em colaboração com o projeto Extramuros, do Educativo do museu, e com o educador Augusto Sampaio. Dentro do JAMAC estamos construindo, com muitos percalços, a rede de produção e comercialização dos produtos de nossa estamparia em serigrafia (e também impressão digital), com o apoio administrativo de Renata Carvalho. Estamos construindo um grupo de atendimento a profissionais da educação, a Clínica de Educadores, levada por Ana Beatriz Domingues (que também é responsável pelas aulas de ioga), além de diversos outros projetos, como o Ponto de Cultura de Cinema liderado por Thais Scabio (cineasta parceira e diretora do JAMAC), as aulas de desenho com a Lahayda Dreger e as pinturas de pano de prato com a Izabel Gomes. No território da Cidade Ademar, temos como parceiras e parceiros um grupo de agentes culturais que tem realizado, há quatro anos, o Encontro de Literatura #CaiuNaRedeÉCultura, com produções locais e programação para as escolas do bairro. A rede de parceiros do JAMAC conta também com instituições como o MAC, Paço das Artes, Sesc, Casa do Povo e Casa 1.

Em depoimento à PLATAFORMA:VB


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Outras conexões

Makwacha, a vila onde as mulheres são pintoras [EN]

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