NO LE DIGAS A MI MANO DERECHA LO QUE HACE LA IZQUIERDA

2019
Marton Robinson Palmer
publicado em 25.09.2019
última atualização 01.10.2019

Em um contexto cotidiano, exploro formas em que os estereótipos e os meios de comunicação definiram minha percepção da negritude e da identidade nacional. Minha realidade foi esboçada a partir da alteridade e negada ao mesmo tempo pela história do meu país. Não existe uma verdadeira expressão da história e da cultura...


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Em um contexto cotidiano, exploro formas em que os estereótipos e os meios de comunicação definiram minha percepção da negritude e da identidade nacional. Minha realidade foi esboçada a partir da alteridade e negada ao mesmo tempo pela história do meu país. Não existe uma verdadeira expressão da história e da cultura do descendente “afro” na Costa Rica, os conteúdos institucionais nunca se aproximaram de definir minha negritude para além da celebração do “Dia do Negro”.

A sátira e o simbolismo são empregados para a encenação exagerada de autodepreciações e ironias, com a intenção de reconfigurar o poder hierárquico, as concepções coloniais e ideologias eurocêntricas, buscando subverter sistemas de crenças sociais presentes na psique nacional costarriquenha. Nesse sentido, questiono a história e os meios de comunicação na configuração de um imaginário nacional a partir da negritude costarriquenha.

Busco romper a noção dominante de que “o outro” é uma entidade/identidade estranha. Creio ser útil situar meu trabalho dentro da teoria conceituaI e visual que chamo de Tecnologías Deculoniales , uma pesquisa contínua que visa ampliar a análise das políticas institucionais e as práticas sistêmicas de representação e da globalização tecnológica. Exploro meios de produção artística e de compartilhamento de conhecimentos com colegas artistas, com olhar crítico sobre as noções eurocêntricas e institucionalizadas de estética, lugar e raça.

Além disso, faço uma exploração do deslocamento geopolítico dos corpos humanos – contemporâneos e históricos – em que o recém-chegado é confrontado com uma normalização ideológica por parte de seu novo anfitrião, que considera “o outro” como alienígena/estrangeiro. Sou atraído pelas percepções construídas de um novo “lar”. A pessoa refugiada forma uma noção de pertencimento e identidade. Usando imagens e objetos modernos e históricos da cultura popular, minha obra explora o papel crítico que os significantes culturais podem desempenhar na formação de uma identidade nacional, especificamente a autoidentidade do afro-latino historicamente deslocado.

As imagens usadas na instalação No le Digas a Mi Mano Derecha lo que Hace la Izquierda são apresentadas como múltiplas camadas ­– oferecendo perspectivas múltiplas – de configurações sociais: a primeira, a ideia de que a Costa Rica omitiu de sua história e de sua identidade nacional a ideia de negritude nos livros e na música. Seguindo essa investigação de raça e classe, a segunda camada aborda a interação das imagens relacionadas às teorias e à poesia. A ironia é de alguma forma usada na abordagem desses assuntos. Interesso-me pela investigação de conceitos como a ideia da máscara como forma de zombaria através da difamação, associada a aspectos pós-coloniais de raça e nacionalidade. Aqui, a aplicação (i)material de máscaras e/ou o mascaramento do corpo evoca problemáticas históricas que incluem, mas não se limitam, a rituais sociais de difamação, práticas etnológicas e assimilação.

Meu trabalho fornece uma contra narrativa histórica, explorando a experiência subjetiva do colonialismo e da dominação em relação à máscara entre colônias. A obra enfatiza meu próprio corpo, o corpo negro, como plataforma para a representação e para o diálogo.


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Dados técnicos

2019 | Performance, vídeo, cinema e mídia digital

"Pintame angelitos negros", poema de Andres Eloy Blanco

História de "La Negrita de Los Angeles", Santa Patrona da Costa Rica

Ações VB
21ª Bienal
Outras conexões

Theresa Delgadillo, “Singing “Angelitos Negros”: African Diaspora Meets Mestizaje in the Americas,” American Quaterly 58, no. 2 (2006): 407, accessed December 4, 2017,  http://www.jstor.org/stable/40068369.

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