EXECUTION SQUARES

2008
Hrair Sarkissian
publicado em 25.09.2019
última atualização 01.10.2019

A morte é algo que todos tememos, mas que todos teremos que enfrentar em algum momento. A morte é recorrente em nossa vida e em nossa mente: não podemos evitá-la, nem escapar do fato de que um dia vamos nos encontrar face a face; a morte é nossa sombra, nossa companheira inevitável.

No meu trabalho, o modo como associo a fotografia à morte...


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A morte é algo que todos tememos, mas que todos teremos que enfrentar em algum momento. A morte é recorrente em nossa vida e em nossa mente: não podemos evitá-la, nem escapar do fato de que um dia vamos nos encontrar face a face; a morte é nossa sombra, nossa companheira inevitável.

No meu trabalho, o modo como associo a fotografia à morte é através da memória. A maior parte do meu trabalho tem uma narrativa histórica – algo que aconteceu no passado ou que desapareceu nas dobras do presente. Creio que o meio da fotografia é capaz de trazer essas narrativas de volta à vida, de nos fazer reviver essas histórias e de nos fazer lembrar.

Um dos meus principais interesses é fotografar execuções em praça pública. O ato da execução pública na região da Síria foi iniciado pelos otomanos durante a ocupação de 500 anos atrás, e foi herdado posteriormente pela ocupação francesa e pelos governos sírios seguintes.

Antigamente, as cidades tinham uma única praça pública central, onde os pronunciamentos oficiais eram feitos ao público, e a execução de criminosos fazia parte desses pronunciamentos feitos pelo governo. Os governos que se sucederam na Síria moderna usaram exatamente essas mesmas praças até o final dos anos 1980, especialmente em Damasco, onde o índice de criminalidade realmente aumentou, e o governo começou a usar as praças mais próximas das cenas dos crimes, devido à alta criminalidade.

Todas essas fotografias foram feitas ao amanhecer, por volta das 4h30, que é, a princípio, a hora em que eles montavam a plataforma e realizavam as execuções por linchamento, deixando os corpos enforcados até às 9h, para que as pessoas não conseguissem evitar de encontrá-los no caminho para o trabalho etc. Essas fotografias das praças, se você não lê o título do trabalho, você as tomará por cartões postais comuns, mas assim que você lê Execution Squares, sua percepção se altera imediata e completamente. A primeira coisa que o espectador vai fazer é começar a procurar pelos corpos das pessoas executadas; nesse ponto, seus olhos mudam o foco em busca desses corpos e, subitamente, essas praças e seus arredores se tornam completamente imperceptíveis.

Em depoimento à PLATAFORMA:VB


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Dados técnicos

2008 | Série de 14 fotografias

Hrair Sarkissian fala sobre a série Execution Square no TATE, em Londres.

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