CETTE MAISON N’EST PAS À VENDRE ET À VENDRE

2016
Georges Senga
publicado em 25.09.2019
última atualização 30.09.2019

This House is Not For Sale and For Sale, a obra que apresento na 21a Bienal, surge de uma experiência pessoal envolvendo a casa de minha família há alguns anos. Um dos meus tios havia comprado uma nova casa para minha avó, e como a família é composta de pessoas ricas e pobres, o lado rico quis vender a casa e o lado pobre quis ficar com ela. Para...


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This House is Not For Sale and For Sale, a obra que apresento na 21a Bienal, surge de uma experiência pessoal envolvendo a casa de minha família há alguns anos. Um dos meus tios havia comprado uma nova casa para minha avó, e como a família é composta de pessoas ricas e pobres, o lado rico quis vender a casa e o lado pobre quis ficar com ela. Para chegar a um acordo, escreveram na fachada "Esta casa não está à venda". Essa frase corresponde a uma situação real, que é explorada no conflito de heranças em diferentes partes do Congo e da África em geral, para mostrar aos compradores dessas casas que o investimento resultará em perda financeira.

Meu trabalho questiona frequentemente a memória, como é o caso dessa série de fotografias. Em um primeiro momento, questionei o valor da propriedade, através do esforço que os pais fazem para nos oferecer um importante patrimônio familiar que constitui nossa história através das gerações. Também sempre me interessei pelo interior das casas, pois, ao mesmo tempo, ali está nossa própria história e a memória da nossa infância. Esses objetos encontrados dentro das casas têm o mesmo valor que o imóvel em si, portanto a venda dessa casa ou dessas casas é uma questão de memória e de nossas próprias histórias materiais que esvanecem.

Como a situação dos conflitos de herança ocorre em toda parte do mundo, mas se apresenta de formas diferentes, este trabalho tem duas partes, uma no Congo e outra no Brasil. Conheço a realidade dessa situação na África, então me propus a questão de saber como encontrar essa representação fora da África. Escolhi o Brasil por uma razão histórica, relacionada à própria fundação e aos vínculos entre o país e o continente africano. No Brasil, deparei com alguns projetos imobiliários na Praia Grande, que criaram um vínculo direto com a minha experiência no Congo, não por ter encontrado edifícios que não estavam à venda, mas pelo modo como ambos os contextos lidam com seus objetos e sua história pessoal.

em depoimento à PLATAFORMA:VB


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Dados técnicos

2016 | Fotografia; nove trípticos

Ações VB
21ª Bienal
Outras conexões

Especulação imobiliária causa segregação socioespacial na Baixada Santista, aponta tese. Jornal da Unicamp, 2018. 

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