Por meio de minha prática como arquiteta, aprendi a transformar a matéria virtual em material, a pensar em diferentes algoritmos e a ter uma abordagem semi-metódica em relação ao processo criativo, a maior parte do qual se passa apenas na mente e nunca toca a superfície. O trabalho invisível que dá força para resistir e dizer NÃO para o que sentimos que é errado. A necessidade de absorver o conhecimento do mundo e ser atraída pela curiosidade me deu liberdade para moldar pensamentos através da argila, do som, do desenho e das palavras escritas. A necessidade de criar, falar através de símbolos e se aproximar do corpo que sente e criar novas fórmulas químicas a cada respiração me dá a razão para criar um mundo próprio. Um mundo no qual eu não precise depender de narrativas humanas patriarcais, cisgênero, alfa. Reinar e recriar o mundo interior, danificado pela opressão e dominância. Isso, acredito, é a razão de ser de toda obra de arte. The Swivel Door [A porta giratória] foi inicialmente produzida no meu sonho, no meu apartamento em Berlim, com vista para a Torre de TV, em setembro de 2014.
Viktorija Rybakova em depoimento a PLATAFORM:VB (Setembro 2017)