Neo-andina #52, #59, #64, #102, #151, #208

2016
Tatewaki Nio
publicado em 27.09.2017
última atualização 27.09.2017

Conheci este fenômeno arquitetônico em El Alto, navegando na internet, em janeiro de 2015. Encontrei artigos sobre o assunto em sites da mídia internacional, mas naquele tempo não encontrei nenhum artigo na mídia brasileira. As notícias encontradas não explicam onde a arquitetura se localiza na cidade. Ademais, em 2015 não tinha street view...


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Conheci este fenômeno arquitetônico em El Alto, navegando na internet, em janeiro de 2015. Encontrei artigos sobre o assunto em sites da mídia internacional, mas naquele tempo não encontrei nenhum artigo na mídia brasileira. As notícias encontradas não explicam onde a arquitetura se localiza na cidade. Ademais, em 2015 não tinha street view da cidade de El Alto no Google. Portanto, fui visitar a cidade com pouca informação sem ter pessoa conhecida no local. Caminhar à toa na cidade foi a única e a melhor maneira de conhecer a cidade e encontrar a arquitetura.

 

Participei no 18º Festival com o trabalho Escultura do Inconsciente, que aborda a transformação do espaço urbano de uma sociedade humana, no caso, de São Paulo. Neo-andina se posiciona na continuação do meu interesse sobre esse tipo de transformação. A grande diferença que eu considero em relação ao projeto anterior é que a arquitetura de salão de evento em El Alto é desenhada para ser vista e chamar atenção. Então, a arquitetura já é de certa maneira uma obra de arte visual. Como não queria fazer um conjunto de reproduções fotográficas de uma expressão artística, procurei elementos diversos para incluir no projeto e, em conjunto, criar uma expressão original. Apesar de ser um acontecimento de um país vizinho, o fenômeno arquitetônico em El Alto é pouco conhecido pela sociedade brasileira. Espero poder apresentar a ela uma cultura contemporânea da América do Sul através do meu olhar. Foi meu primeiro projeto produzido fora do Brasil. A fronteira nacional não restringe meu território de produção. Quero conformar meu território seguindo meu interesse próprio. A fotografia é a ferramenta que me encoraja a atravessar a fronteira.       

 

Sendo um estrangeiro que não falava bem o português no começo da minha vida no Brasil, a fotografia me interessou como uma comunicação visual que me possibilitou dialogar com a sociedade brasileira. Considero que minha abordagem fotográfica não é narrativa. Quero me expressar visualmente sem seguir a gramática narrativa, e acredito que a fotografia é a melhor ferramenta para isso. Para tratar a cultura do outro, me preocupei para não a observar através dos meus padrões e valores. Tentei compreender e respeitar os valores do povo local.

 

Tatewaki Nio​ em depoimento a PLATAFORM:VB (junho 2017)


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Dados técnicos

Neo-andina #52, #59, #64, #102, #151, #208, da série Neo-andina, 2016 | Fotografia
Tatewaki Nio

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