Dentro da minha trajetória, algumas obras são produto de uma investigação específica, enquanto outras surgem de forma mais inesperada. Apesar de ser interpretada muitas vezes como uma obra que porta um statement ecologista ou antiurbano, o ponto de vista de Parálisis trata mais das ataduras do mundo aspiracional da classe média.
Fiz Parálisis em uma época em que tentava coisas bem diferentes entre elas. Fazia o que me ocorria sem me importar se havia uma coerência ou se o que fazia seguia uma linha de investigação. Em retrospectiva, me parece que esta obra estava mais próxima do videoclipe e, portanto, da televisão, do que propriamente dentro do mundo das “obras de arte”.
Ela foi feita de forma muito rápida na Cidade do México, antes de eu viajar para o Brasil pela primeira vez. Embora pudesse muito bem ter feito este vídeo em Lima, no Peru, de onde vim. Muitos habitantes de Lima poderiam confundir as cenas da Cidade do México como sendo de Lima, ou vice-versa. Essas ruas, esses arbustos, poderiam perfeitamente pertencer a uma “cidade latino-americana”, em um sentido abstrato. Este vídeo é uma descrição musical de um estado de aprisionamento.
Gabriel Acevedo em depoimento à PLATAFORMA:VB (Outubro 2015)