"Em minhas criações sempre sou inspirado pela tradição africana em geral e a do Mali em particular. Confiro a essas tradições um aspecto contemporâneo por meio da tecnologia. O aspecto estético e poético é determinante em meu processo criativo.
Danse des Masques en Pays Dogon mostra uma das importantes cerimônias do povo malinês Dogon. Durante esta cerimônia, vemos a dança e as canções tradicionais dos Dogon, que são muito poéticas e misteriosas. As máscaras são usadas durante o enterro do patriarca. Para acompanhar os finados ao reino dos mortos, os espíritos da floresta aparecem para homenageá-los com uma dança ritual chamada “Dama”, que facilita a jornada à terra dos ancestrais. Acompanhados por canções e por tambores, os dançarinos usam diversas máscaras que representam diferentes membros da sociedade Dogon, do carpinteiro à menina virgem, além de alguns animais da região em sua condição sagrada, como o antílope, o macaco e a hiena. No final, um dos dançarinos joga sementes no chão e chama as crianças para dançar perante os ancestrais, para garantir o futuro.
Eu uso a poesia das imagens deles para criar uma outra poesia em meu trabalho. Me interesso pela grande diversidade das culturas, costumes e Mitos do Mali. Os artistas geralmente são inspirados pelo dia-a-dia de sua sociedade, mas também por seus sonhos. O trabalho deles pode se descolar do contexto sociocultural e que vivem."
Tiécoura N’Daou em depoimento a PLATFORMA:VB (julho 2015)