"Este trabalho é totalmente imaginário e advindo da minha experiência pessoal. Dois aspectos principais do processo criativo podem ser destacados: corpo e política. Sempre tive dúvidas sobre minha identidade étnica, por isso convidei um bioantropólogo para analisar meu corpo e me referi bastante a essa análise em meu trabalho.
O ponto de partida dos meus trabalhos quase sempre trata da existência humana específica, portanto criei este trabalho com base em meu próprio estado de existência. Além de ter pesquisado sobre bioantropologia, em Talk about Body também estudei um pouco fotografia, incluindo posicionamento de figuras, controle de exposição etc.
Na forma, tentei dar um sentido mais ritual à cena, simulando um encontro de despedida de uma pessoa idosa. No conteúdo, criei vários tipos de deslocamentos intencionais. Por exemplo, deletei minha voz e usei a gravação de uma senhora idosa. Embora eu esteja no elenco no papel principal, não usei minha própria voz, portanto a “minha” imagem retratada no vídeo também não é completa.
Neste trabalho, pretendo eliminar ou separar os atributos religiosos, sociais, espirituais e emocionais do meu corpo através da minha narração e levar as pessoas a pensarem no corpo espiritual e físico.
Diante da aceleração da globalização, a lacuna entre um “país totalitário religioso altamente espiritualizado” e um “país ateu altamente materialista” é quase intransponível. Por isso, eu gostaria de encontrar um equilíbrio, a começar por uma introspecção sobre meu próprio corpo."
Hui Tao em depoimento à PLATAFORMA:VB (julho 2015)