Fancy em Pyetá segundo ato

2015
Rodolpho Parigi
publicado em 21.09.2015
última atualização 21.09.2015

"Fancy é um trabalho de performance escultórica. Não se trata de uma persona social, mas de uma ação ou experiência em um espaço de tempo determinado. Fancy acontece também na relação que estabelece com as pessoas. Nessa relação, um certo tipo de ritual é instaurado. 

Ela não é...


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"Fancy é um trabalho de performance escultórica. Não se trata de uma persona social, mas de uma ação ou experiência em um espaço de tempo determinado. Fancy acontece também na relação que estabelece com as pessoas. Nessa relação, um certo tipo de ritual é instaurado. 

Ela não é humana, vive de ficções reais. É uma metamorfose, uma mutação real enquanto ela está presente em meu corpo e mente. A performance se dá em um campo específico, no qual os limites do corpo, de gênero e imagem são borrados. O trabalho vem de desejos e frustrações pessoais em relação à esses limites. Fancy empresta meu corpo como suporte para a realização de performances que misturam história da arte, peças escultóricas, música e ações de violência. 

Ao entrar em contato com as pessoas, gera uma espécie de catarse coletiva através da hipnose e movimentação de seu corpo. Seu cabelo, seus olhos e o corpo de "mulher" criam uma confusão e um desejo, algo da natureza de uma imagem estranha e familiar. As ações provocam diferentes reações, fazem com que público e privado se misturem. Borrando a noção de desejo e entendimento binário.

A arte é um campo muito importante para agir. Juntei meus desejos mais íntimos com meu repertório artístico e Fancy se materializou. Ela é como uma pintura, penso em camadas e superfícies, em como ela se comporta e pode existir no espaço, no mundo. Mas, diferente de uma pintura ou escultura, ela pode se movimentar, ou trotar. Ela aprendeu Kung Fu e estudou o movimento gótico na música, moda e arquitetura. . 

Em Pyetá, Fancy lida com a questão católica de seus antepassados encenando uma escultura de Michelangelo. Na performance, Fancy representa a Santa Piedade, mais conhecida como Pyetá. e um negro nu está no papel de Cristo. Ela segura esse corpo masculino negro em seus braços e a piedade e o desejo se misturam borrando a noção de religião e desejo da carne. Uma escultura de gente, trocando o duro e frio mármore pelo corpo moreno e quente do negro."


Rodolpho Parigi em depoimento à PLATAFORMA:VB (julho 2015)


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Dados técnicos

Fancy em Pyetá segundo ato, 2015 | Performance | 60’
Rodolpho Parigi

O primeiro ato de Pyetà (2014) | Rodolpho Parigi

O primeiro ato de Pyetà, realizado na exposição TRANSPERFORMANCE #3, com curadoria de Luisa Duarte (Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2014)
 

 

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