Zero Latitude

2014
Bianca Baldi
publicado em 21.09.2015
última atualização 21.09.2015

“Na videoinstalação Zero Latitude, quero enfatizar o espaço fictício que é imaginado no Equador — onde a figura histórica de Pierre Savorgnan de Brazza torna-se um figurante fictício da narrativa que é criada. 

A África Equatorial torna-se a metáfora da África Subsaariana na qual se baseia a...


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“Na videoinstalação Zero Latitude, quero enfatizar o espaço fictício que é imaginado no Equador — onde a figura histórica de Pierre Savorgnan de Brazza torna-se um figurante fictício da narrativa que é criada. 

A África Equatorial torna-se a metáfora da África Subsaariana na qual se baseia a mitologia popular sobre o continente. E o Congo torna-se a representação da África no imaginário ocidental. Dos primeiros relatos de exploradores às incontáveis obras cinematográficas e literárias, o Rio Congo oferece não só um local físico de acesso do Atlântico à África Central, como um acesso imaginário ao mundo ocidental.

Em Zero Latitude, o explorador De Brazza torna-se um personagem ou arquétipo do explorador. Há uma tensão entre o lugar real e o imaginário e, ao estabelecer uma relação, você encontra outros — como o personagem arquetípico do explorador, De Brazza, e sua bagagem cultural e consumível, além de histórias do Rio Congo.

Minha prática atual advém de um ato de modelagem, da habilidade de ser versipellis [capacidade de mudar de forma, de se transformar ou de alterar sua aparência]. Isto se relaciona com a lógica do ilusionismo e evoca as histórias do trompe l'oeil, do cinema narrativo e da fotografia de estúdio. O ilusionismo em meu trabalho se estende ao universo da ficção, remetendo a figuras históricas como De Brazza. 

Pierre Bourdieu descreve o conceito de “illusio” como a disposição de participar coletivamente no “jogo” da sociedade — aceitando certos sistemas de poder e ficções. Através desses personagens, meu trabalho recente destaca essas ficções que apontam para fronteiras formais, sejam elas econômicas, políticas, geográficas ou mitológicas. Ao se desenhar uma linha imaginária, o limiar, o ponto zero, a cena é preparada e sanciona a ação que se desenvolve com um grande elenco de figuras históricas.”

Bianca Baldi em depoimento à PLATAFORMA:VB (julho 2015)


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Dados técnicos

Zero Latitude, 2014 | Vídeo, 9’24”
Bianca Baldi

Ações VB
19º Festival
Outras conexões

Antigos relatos de exploradores na África Equatorial, como os de Henry Morton Stanley, foram usados como referência pelo artista. 

A ilusão biográfica (1986), artigo de Pierre Bourdieu [pt]

Site de Zero Latitude

Site da artista Bianca Baldi

Anexos

Zero Latitude, a user´s manual, por Bianca Baldi
Publicação online produzida em colaboração com o designer gráfico Marco Balesteros, de Lisboa, por meio da compilação de materiais visuais do arquivo de pesquisas de Baldi. Concebidos como ‘mapas’, esses projetos de design compõem parte da publicação online zero-latitude.net  
Comissionado e coproduzido para a 8ª Bienal de Arte Contemporânea de Berlim, de 29 de maio a 3 de agosto de 2014. Com apoio do Goethe-Institut de Johanesburgo. [eng]

Zero Latitude unpacks colonial attitude, por Chris Thurman (BDlive, out. 2014) [eng]

The art of telling our history, por Sean O' Toole (Mail & Guardian, ago. 2014) [eng]

Bianca Baldi explores explorers - Zero Latitude comes to Johannesburg after successful debut at the Berlin Biennale. (Art reSource South Africa, set. 2014) [eng]

Bett eines Forschungsreisenden, por Sean O’Toole (Der Freitag, jun. 2014 ) [deu]German) https://www.freitag.de/autoren/the-guardian/bett-eines-forschungsreisenden

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