"Dizem que a tocaia é uma invenção dos índios tupis, significa a pequena casa para se esperar a caça. Foi no norte de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia, que a imagem fundamental para esta videoinstalação foi descoberta. Era o pasto de uma fazenda, na beira de uma estrada de terra. De um lado da cerca, uma equipe de filmagem,...
- Dados técnicos
Tocaia, 2014 | Vídeo, 3’
Aline X | Gustavo Jardim
- Ações VB
- 19º Festival
- São tempos sombrios para os sonhadores
- Outras conexões
"Tocaia dá sequência à conceitos artísticos vistos em outros trabalhos nossos, como o interesse pela experimentação com o gênero cinematográfico documental e o esgarçamento dos limites da imagem/realidade e de seus contextos de exibição, visando a participação, o sensório, a intensificação da fruição audiovisual.
O animal é um elemento problematizador presente em diversas obras literárias de referência. Se relacionam direta ou indiretamente com este trabalho, o animal imaginado de Jorge Luis Borges, o animal científico lírico de Herman Melville, o filosófico de Derrida, o político de Graciliano Ramos, o humano de Saramago, o mítico macunaímico brasileiro e o animal pesadelo do uruguaio Conde de Lautréamont.
Também temos interesse pela vídeo arte, o cinema expandido e as instalações audiovisuais: o cinema de Herzog, Kubelka, Pelechian, Béla Tarr, Apichatpong, Peixoto, Tonacci e Sganzerla. O Quasi-cinema de Oiticica, os experimentos em vídeo de Paik, Fluxus e Gutai, os ambientes instalativos de Bruce Naumann, Bill Viola, Anthony McCall. Autores propositadamente distraídos com os limites, que experimentam as funções sociais do artista, público, crítico e agente cultural. Todas essas referências dos campos teóricos e práticos se misturam ao combustível propulsor que move nosso trabalho.
Como método, buscamos a colaboração, práticas horizontais e interdisciplinares. Desde a fase de pesquisa, tentamos estabelecer um diálogo com todos que contribuíram com a criação do filme. Experimental no sentido da prática de sua criação, Tocaia é resultado direto do envolvimento dos artistas que o realizaram: a direção de fotografia de Lucas Barbi, a colorização de imagem realizada por Lucas Campolina, e a trilha sonora de O Grivo.
Trabalhamos em dupla, individualmente e em colaboração com outros grupos e processos artísticos transdisciplinares que promovem interseções com projetos de formação e pesquisa como REPIA (Residência de Pesquisa Interdisciplinar Avançada) e MarginaliaLAB (Laboratório de Arte e Tecnologia). Em Belo Horizonte, Aline é diretora da OITOOITO, pesquisa e produção artística e audiovisual, e Gustavo é fundador da DuRolo Filmes.”