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2011
Paulo Nimer Pjota
publicado em 12.10.2013
última atualização 08.09.2014

Durante a residência eu fiz alguns registros de observações sobre seu trabalho, pontuações como efeito transformador, as noções, as relações e os fluxos entre pintura e desenho; o que era intervenção para você; a obra como um espaço aberto a ruídos colaborativos. Em um dos nossos encontros,...


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Durante a residência eu fiz alguns registros de observações sobre seu trabalho, pontuações como efeito transformador, as noções, as relações e os fluxos entre pintura e desenho; o que era intervenção para você; a obra como um espaço aberto a ruídos colaborativos. Em um dos nossos encontros, você falou algo que me chamou atenção: “meu trabalho é um lugar de registro”. Ao meu ver, são anotações visuais acontecendo processualmente... Como todo trabalho, claro, mas tenho a sensação de que o processo de pintura e esse registro em camadas ao longo do tempo são fundamentais. Você questiona a pintura, ao mesmo tempo em que ela é sua matéria-prima e linguagem.
É isso mesmo, basicamente o que você falou. Não dá para considerar que faço só pintura ou só desenho. E as linguagens vão se construindo com o tempo. Acho importante que meu trabalho consiga ter um caráter que aceita transformações e registros ao longo da produção. Estou há quatro meses em uma residência, me dedicando a apenas uma obra. Talvez o que eu faço no primeiro mês possa virar outra coisa no quarto mês. Quero inserir todos esses elementos. Tento dar ao trabalho esse caráter de aceitar novos elementos, aceitar anotações, aceitar campos de agregação de elementos que conversam mais, agregação de elementos que conversam menos, usando tinta, lápis, caneta, spray, tudo isso. E essa diversidade vem um pouco das minhas referências na cidade, que é a partir de onde eu consigo entender um pouco como essas coisas se juntam e como essa composição é possível. Comecei a minha relação com a pintura na cidade e eu caminho muito por aí.

Você já grafitou?
Pixava e fazia grafite, com uns doze anos. Isso me deu a oportunidade de entender que o que me interessava não era o grafite, nem a pixação. Mas era a cidade em si, o que a cidade discutia de pintura, o que a cidade discutia de desenho, de colagem, de assemblage, de agregação...

Como se a cidade fosse uma pele recebendo essas alterações?
Isso! Em São Paulo não se consegue ver linha do horizonte, mas eu tentava ver através da minha janela. Eu fiz isso! A janela pode enquadrar uma imagem e transforma tudo em bidimensional e eu transformo aquele enquadramento em divisão de cores. Isso praticamente se transformou no que é o meu trabalho. É uma composição que busco, são alguns acúmulos e alguns vazios. Lembro bem desse momento: alguns prédios à esquerda, outros prédios à direita, um pedaço de céu no meio e esses acúmulos de cor e mais uma parede chapada. Penso a composição muito através disso.

Isso se tornou um trabalho?
Não, não se tornou um trabalho específico, mas eu sempre tento olhar desse jeito. Esses dias estava olhando uma caçamba, havia umas estruturas com cores, uma padronagem. E essas coisas me interessam. Em alguns momentos até faço uns pantones, divisões com várias cores.

Campos de cor?
É. Quase isso. Quase um campo de cor, mesmo. Só que campos de cores são mais chapados, o que faço é uma pintura um pouco mais realista com manchas, com alterações. E aí que entra um pouco essa discussão sobre o que é a pintura, sobre o que são esses campos de cor.


Entrevista realizada pela pesquisadora Galciani Neves com o artista Paulo Nimer PJota durante a residência artística Ateliê Aberto #4, uma parceria entre SESC, Videobrasil e Casa Tomada.
[leia na revista abaixo a entrevista na íntegra]


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Leia na íntegra esta entrevista, publicada na revista Convivências #4, realizada em ocasião da residência artística Ateliê Aberto #4. [pt]
 

Em residência - semana 1.

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Outras conexões

Blog de Galciani Neves no projeto.

 

Blog de Paulo Nimer PJota no projeto.

Anexos

A entrevista na íntegra. [eng]
 

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