série Sem título | Viviane Teixeira

2012
Viviane Teixeira
publicado em 24.09.2013
última atualização 09.01.2015

"A pesquisa para a realização de O bobo e o retrato da rainha menina, A moça de câmara e sua rainha furiosa e And the kingdom rises, parte da série Sem título, teve início no primeiro semestre de 2012.

Após três anos de trabalho ininterrupto, uma série de referências e questões surgiram....


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"A pesquisa para a realização de O bobo e o retrato da rainha menina, A moça de câmara e sua rainha furiosa e And the kingdom rises, parte da série Sem título, teve início no primeiro semestre de 2012.

Após três anos de trabalho ininterrupto, uma série de referências e questões surgiram. Nesse momento, eu buscava respostas que viriam apenas ao iniciar essas obras, quando o meu trabalho passou por uma mudança significativa, tanto poética, quanto formal.

Foi então que me aproximei de um universo ficcional, uma 'corte fantasiosa' na qual rituais de nobreza se apresentam em narrativas não explicitas sobre os jogos de poder: a mulher onipotente e o homem acromático (Inexpressivo, de papel secundário, conceito de homem acromático se baseia na história do consorte Filipe, Duque de Edimburgo). 

Uma referência importante para a realização dessas obras foi a retrospectiva da artista portuguesa Paula Rego, em São Paulo (2011). Após ver a exposição, fiz a primeira pintura da série: Auto-retrato ao contrário. Desde então, minhas pesquisas vêm se intensificando, trazendo novas questões para minha produção e vice-versa.

A partir de 2008, tive acesso direto, como restauradora, a parte do antigo acervo da Família Real Brasileira no Museu Nacional de Belas Artes e no Museu Imperial, no Rio de Janeiro. Essa prática influenciou muito meu trabalho.

A morte, o engessamento, o erotismo, o teatro, as máscaras, as hierarquias, as guloseimas, o jogo, o desejo, o poder, o feminino e masculino. Um mundo imaginário, construído pela associação de estímulos literários, históricos e memórias afetivas. Tais questões estão vinculadas à uma materialidade vigorosa em minha produção: a cor pensada para causar estranheza, as dimensões idênticas às telas que remetem às cartas de baralho, os personagens e as cenas simbolicamente trabalhadas."


Viviane Teixeira em depoimento à PLATAFORMA:VB (outubro 2013)


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Dados técnicos

O bobo e o retrato da rainha menina (2012) | Viviane Teixeira
Pintura | Acrílica sobre tela, 156 × 140 cm

A moça de câmara e sua rainha furiosa (2012) | Viviane Teixeira
Pintura | Acrílica sobre tela, 156 × 140 cm

And the kingdom rises (2012) | Viviane Teixeira
Pintura | Acrílica sobre tela, 156 × 140 cm

Detalhes da obra e de sua instalação no espaço expositivo do 18º Festival de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil

Depoimento Viviane Teixeira | 18º Festival

A artista fala da virada em sua obra, acontecida em 2012, a partir da qual desenvolveu a série de pinturas apresentadas na 18a edição do Festival

Shakespeare sonettes (2009) | Robert Wilson

Direção de Robert Wilson e música de Rufus Wainwright (Berliner Ensemble, 2009).

Ações VB
18º Festival
Outras conexões

As aventuras de Alice no país das maravilhas (1865) e Alice através do espelho (1871), de Lewis Carroll, foram referenciais para a produção da série de pinturas de Viviane Teixeira. Além das obras do escritor inglês, outros livros mencionados pela artista são:

Contos Fantásticos do século XIX (1983),
de Ítalo Calvino

A Sociedade de Corte (1969),
de Norbert Elias

O pano do diabo (1993),
de Michel Pastoureau

A teatralidade do humano (2011),
de Ana Lúcia Pardo 

História do vestuário (1993),
de Carl Köhler 

Old-time men and women vignettes in full color (2001),
de Carol Belanger Grafton.

 

Henri MatissePhilip GustonLouise BourgeoisPaula RegoChris OfiliPia FriesMonique PrietoLaura LimaCristina Canale e Gabriela Machado estão entre as referências artísticas citadas por Viviane Teixiera.

No Acervo VB
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